sexta-feira, 7 de maio de 2010

Voltar a dançar...

'Ela é bailarina!', disse mamãe para a minha tia avó de Sorocaba. 'Óh! Que beleza, menina!', me abraçou sorrindo: 'Meu sonho era ser bailarina, sabia? Eu acho balé a coisa mais linda que Deus inventou! Vamos, dança alguma coisinha para mim?'. Não sou estraga prazer e Deus que inventou o balé sabe o quanto acho os velhinhos respeitáveis... Tinha que dizer a verdade à dona Olga.'Olha, tia Olguita... Não é bem assim. Eu já fui bailarina... Um dia. Mas isto foi há muitos anos. Hoje já não posso mais dançar. Bailarina não é um estado de espírito, entende? É uma profissão dura, que exige muito treino, técnica e muitos cuidados com os tornozelos. Por isso, aos 18 anos, quando os meus tornozelos pifaram decidi deixar a dança para estudar jornalismo...', expliquei enquanto mamãe fazia mímicas dizendo: 'Pára com esta rigidez a e dá só uma voltinha para agradar a titia!'. Não ia dar voltinha nenhuma. Sim, tenho problemas com a dança, ainda não sei brincar de dançar. Quem sabe um dia... Mas desculpe, fingir uma dancinha agora não vai dar". 'Tia, a senhora aceita alguma coisa para beber? Água, suco?'. Ela disse que sim. Virei e caminhei em direção à cozinha, com os olhos cheios de saudade de dançar. Quando voltei, tia Olga bateu palmas. Disse que a parte mais bonita foi quando eu abaixei o tronco, com as pernas esticadas, para pegar a colherinha que havia caído no chão. 'Você bebe água como uma russa!'. Por um minuto pensei que poderia voltar a dançar. Elevei os pés e sorri:'Obrigada, titia'.




sexta-feira, 30 de abril de 2010

Aluado

'Não quero filho aluado', broncou o pai sobre o caçula franzino. 'Vá já à igreja e reze cum o Padre Bentinho'. O menino saiu correndo as perninhas de chocolate em direção ao confessionário. 'Sr. Padre Bentinho... eu vim me confessar com o senhor', e ajoelhou-se. De pronto, o padre respondeu: 'Mas de novo você, Francisquinho... O que é que viu agora? Um fantasma? O Bicho-Papão?'. O padre abriu a portinhola, saiu e levantou o pequeno pelas mãos: 'Vamos falar sobre isso aqui fora, sem cerimônias...', disse, sentando-se no banquinho. 'Essas coisas que você diz que vê são coisas que saem de dentro de sua cabecinha. É tudo fruto de sua imaginação'. O menino baixou a cabeça e disse: 'Mas padre... eu vejo minha mãezinha. Ela vem falar comigo sempre que fico triste'. O padre explicou que aquela visão era como uma pintura da saudade. Deu um abraço em Francisquinho e disse: 'Você é um menino de ouro. Vá para casa e reze um tercinho que lhe fará bem'. O menino levantou-se e sorriu com ternura. 'Está bem, padre! Muito obrigada. Ah! Antes que me esqueça! Seu Manoelito lhe mandou lembranças'. O padre arregalou os olhos. 'O que? Seu Manoelito já morreu tem mais de 10 anos, você nem era nascido!', falou em alto e bom tom. 'Mas eu o vi hoje. Ele tem uma verruga aqui, bem grandona...'. Padre Bentinho ficou desconcertado. 'Se manda daqui Francisquinho. E vê se reza um rosário inteirinho!'
Com o tempo, o menino que podia ver e conversar com as almas dos que se foram deixou de ser chamado de aluado. Francisco Cândido Xavier viveu sob uma cortina de desconfiança e de incompreensão. Seria a psicografia fraude ou verdade? Existe reencarnação? Para uns era santo, para outros, louco. A história de um homem não se resume a um filme. Mas Chico Xavier está em cartaz e vale ser visto por todos que puderem. Nem o cinema nem nada neste mundo nos trará respostas sobre o mistério que assola o único mal irremediável do qual não podemos escapar: a morte. Pois a beleza deste filme está justamente em mostrar o que nos cabe fazer enquanto houver vida.
'Vivo uma vida de busca. Busca de paz, de paz interior. A doação faz parte disso. Afinal, posso dizer que ajudo aos outros, acho, desde pequeno'
(Chico Xavier)


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Crime e castigo

A mão bate conforme pede o martelo. Martelada! Acordei assim, do sono, do nada. Ninguém é santo, ninguém é anjo e nada é por acaso nesta vida. Nada que lhe venha às mãos, embrulhado em papel de ouro ou alumínio será seu para sempre. Nada neste mundo vem de graça. Nada. A não ser que você seja merecedor dela. Esta coisa de graça é para poucos. Requer trabalho de décadas e merecimento de vidas. Enquanto isso, o que cruza o nosso caminho e finge que nos chega por alguma razão ou desrazão é quase sempre uma bela porção de nada. Passa. Escorre por nossas mãos e se perde, enquanto perdemos o controle daquilo que chamamos vida. Acreditamos ser donos de tantas coisas que não nos pertencem, defendemos nossas ilusões com unhas e dentes, acreditamos, brigamos, nos apegamos e colocamos gente em patamar que só Nosso Senhor ocuparia. No fim do dia, da aquela azia na alma. A gente é tão pequeno e ainda assim, tão indigesto. Esta noite enquanto dormia tranquila, num sono pesado de doer, um mosquito colou na minha orelha e gritou: 'Acorda diabo!` . Abri os olhos e ele estava lá, me olhando feito um zumbi: `Eu vou ficar aqui até você me ouvir. Há. Há. Há.'. Pegou um triângulo e começou a cantar `eu sou a mosca que pousou em sua sopa...`. Não durou muito. Com a precisão que só a raiva traz ao ser humano, matei o inseto num único tapa'. Pá! Crime e castigo. Matados o sono, o mosquito e a paz que reinava sobre a minha consciência adormecida, a insônia entra em meu quarto vestida de vermelho. Escrevo impressões sobre a miséria humana. Estou cansada. Peço a ela que me dê um colo. Um carinho. Que segure em minha mão e que me diga que nem tudo é ilusão. 'A lógica do mundo é hostil, querida. Deixe disso agora e venha se deitar comigo'.

domingo, 21 de março de 2010

Cabeça de ovo, Cabeça de mulher

Sentada na praia, de costas para o sol, apagava o último cigarro da minha vida. Mentira. Até o fim daquele domingo fumaria mais de um maço e meio. Também tragando sua digna bituca, com um saco de latinhas na lomba, passou um pobre coitado morrendo de dores: 'Mulher só dá dor de cabeça. Já é um problema quando nasce... quando cresce então...'
Fiquei pensando que tipo de desilusão amorosa sofrera aquele mero mortal. Por que maldizia o nome daquela mulher? Por que sentia que seu coração estava tão ou mais amassado do que aquelas latinhas que recolhia? Jamais saberei. O fato é que em poucos minutos o homem sumiu, arrastando seu corpo bêbado, cansado de sol e de falta de sorte. Fiquei pensando naquela frase. 'Acho que vou tatuá-la nas costas...' Olhei ao redor e decidi investigar todas as mulheres que estavam por ali. A começar por mim mesma... Estava de biquini, bebendo cerveja, de frente para o mar enquanto o homem passava o domingão trabalhando para ter o que dar de comer para uma mulher que só lhe dava problemas. Mulheres são problemáticas... É o que posso dizer sobre mim mesma. Eu que gosto tanto de vinho, por exemplo, preciso sempre ter um homem ao meu lado para abrir a garrafa por pura falta de capacitação. Eu, o sol, o vinho, a preguiça e o amor. Não é difícil ser mulher? Sei lá. Dentre todas as meninas bronzeadas, as velhotas, as mamães e as pequeninas de fralda que se tornariam um grande problema assim que crescessem, me peguei voltando os olhos para um rapaz. Aquele homem deitado no chão, com a cabeça apoiada num violão e um tanquinho esculpido por Aleijadinho era bem que bonitinho. Que tipo de problemas aquele rapaz viria em mim? Quanto tempo teria até que ele saisse por aí bradando ao vento minha incapacidade não apenas de abrir uma mera garrafa de vinho, mas de amá-lo da maneira que ele esperava? Quanto tempo ele seria capaz de conviver com tantas de minhas indagações? 'A inquietação pode ser uma virtude, mas para os mais quietos ou os mais estáveis de pensamentos pode ser um porre desgraçado', pensei enquanto abria outra lata de cerveja. 'Ai que delícia...' Depois de tomar um gole gelado da água loura e benta, saquei outro cigarrinho light da bolsa. Cigarro light é brincadeira, né? 'Vamos ter um câncer light querida...Sem gordura trans e com zero caloria'. Me senti uma perfeita idiota quando fui acender meu Marlboro, não pelos possíveis danos à saúde, mas pela dificuldade de acendê-lo. Dou um giro de 360 graus e não descubro para onde vai o vento. Meus fósforos acabam. Preciso de um homem para resolver meu probleminha. Olhei para aquele mesmo rapaz novamente. Ele continuava deitado, mas desta vez, também estava fumando e olhando para mim. 'Conheço este cara de algum lugar...' Levantei-me, toda prosa, e caminhei elegante como um ganso em direção ao magrelinho charmosão. 'Oi, você pode me fazer um favor? Me empresta o isqueiro?'. Ele levantou, tirou o isqueiro do bolso, e me acendeu o cigarro sem nenhuma dificuldade. 'De primeira hein? Obrigada! '. Estava indo embora quando perguntei 'Ei! Você acha que tenho cara de problemática? Digo, de uma dessas mulheres cheias de problemas...'. Ele me olhou de um jeito muito íntimo, como se me conhecesse desde sempre e sorriu. 'Você é estranha, né?'. Ofendida, respondi na lata: 'Sou. Mas você também é. Fica aí, me olhando e dizendo coisas a meu respeito como se me conhecesse há anos...'. Ele levantou o corpo esguio e prático, como deve ser um homem, e disse: 'Olha, não quero arrumar encrenca, mas só disse que te achava estranha porque você me perguntou. Para seu governo, meu nome é Cabeça de Ovo, o seu nome é Lucy, frequentamos a mesma praia desde pequenos e brincávamos de bola e de guerra de areia até uns treze anos de idade'. Fiquei embasbacada. 'Nossa, como você cresceu! Sabia que te conhecia de algum lugar, Cabeção! E ainda tem coragem de me chamar de estranha?! Nossa, você está muito alto!'. Cabeça de Ovo, que já não era mais um menino qualquer, olhou dentro dos meus olhos como nunca um homem jamais havia me encarado antes antes:'Mas você é estranha'. Aqueles olhos pretos me meteram mais medo que um raio de sol...Fiquei em silêncio. 'Ainda não me acostumei com seu corpo, com sua cara... Você lembra quando a gente era criança e viu uma lagarta enorme listrada, toda colorida? A gente ficou olhando e olhando aquele bicho durante um tempão, lembra?' Lembrei-me e disse que sim, sorrindo com os olhos. 'Ainda não me acostumei com sua cara, com seu corpo... Você é como a lagarta listrada, Lucy. Você é engraçada... Você é louca!'. Comecei a chorar. Cabeça de Ovo me abraçou e fez com que me sentasse ao seu lado. Enxugou minhas lágrimas e disse: 'Uma mulher sem problemas e sem um quê de estranheza é tão desinteressante quanto um saco de latas vazias e amassadas'. Cabeça de Ovo pegou o violão e, em versos, lembrou do tempo bom que vivemos juntos....e que por pura insanidade eu havia esquecido...

sábado, 13 de março de 2010

Miríade

Desde pequena, queria cantar o morro. O canto era preto, grave e rouco. Era o gemido da menina que descia e subia carregando lata d' água na cabeça. 'Pára com isso que este gemido não dá pé, Pretinha!', dizia o velho pai. Teimosa, continuava a ronronar sua birra. Era a agonia de lavar roupa todo dia quando tutu não viria. Era comer pão com pão para não comer a própria carne. A carne mais barata que se vendia no mercado era a carne negra.

O canto do morro era a miséria rebolando na cintura fina e na carne a mais que Deus dá para as crioulas. Não era banzo nem carnaval. Era duro pra chuchu, mas dava suingue. Era um baticum de 40 toneladas num corpo magro de 40 quilos. Era o gemido inquieto e petulante da menina que vestiu um par de sandálias arrebentadas para descer o morro e mostrar seu canto à cidade. Era o sonho da menina batendo na porta da Rádio Vera Cruz. 'Oi. Eu vim para participar do programa do seu Ari Barroso'. O homem olhou-a dos pés à cabeça e perguntou: 'O que é que você faz?'. 'Eu canto o morro', a menina respondeu séria. 'O que?', desdenhou o homem. A menina soltou um gemido estrondoso. O homem arregalou os olhos e com o que lhe restou do ar roubado pelo vozeirão da menina, falou: 'Seis horas em ponto na rádio Mauá'. Quando a neguinha miúda subiu no palco do show de calouros, tropeçando nas tiras da sandália que arrastavam no chão, arrancou risos da plateia e deboches no rosto do apresentador . Era Ari Barroso que a olhava sem entender absolutamente nada. 'Mas o que você veio fazer aqui, criatura?'. 'Eu vim cantar o samba brasileiro para o mundo', respondeu destemida. 'Veio cantar o samba brasileiro? Para o mundo? Mas não seria muita ousadia?' E o público ria. 'Tem certeza de que quer fazer isso mesmo, menina? Olhe só o seu estado...'. A mocinha olhou firme para o respeitável senhor e respondeu; "O meu Estado é o Brasil, seu Ari, e no Brasil tudo o que se canta dá samba, até mesmo o que não presta'. Desconcertado, o renomado compositor teve de se recompor:'Muito bem. E qual é mesmo o seu nome?'. 'Eu sou Elza Soares e vou cantar Aquarela do Brasil'. E desta vez, sem zombarias, anunciou em rede nacional a atração que não poderia ficar mais constrangedora: 'Então vamos ouvir agora a corajosa senhorita Elza Soares!'. A menina estava com os olhos cheios d´água quando levantou a cabeça. Com o olhar para o mundo inteiro, começou a cantar. 'Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos...' Jamais se ouvira algo semelhante. O mundo fez silêncio para ouvir a voz que vinha lá do morro. Nitidamente rendido diante daquela miríade, Ari Barroso aproximou-se humildemente da menina e abraçou-a com reverência e ternura. Depois de muitos aplausos, exclamou em rede nacional: 'Está nascendo agora a mais nova estrela do Brasil. Senhoras e senhores, esta cantora é Elza Soares!'

segunda-feira, 8 de março de 2010

Como se pode viver uma vida vazia?

Por alguma desrazão do destino, tiveram que se separar. Parecia preciso estar longe. O tempo era de temor. Tudo era impreciso. Como duas cabras cegas, Benjamin e Irene não conseguiram enxergar que ali, não havia segredo. Qualquer desconhecido que assistisse à despedida do casal naquela estação de trem juraria por Deus e pelo Diabo que os dois se amaram até o último frame daquela cena. E se amaram. Se amaram quando sentiram medo de ficar. Se amaram quando sentiram medo de nunca mais voltar. E com o passar dos anos, se amavam quando sentiam saudade. Um dia a saudade não passou e Benjamin cansou de meio-amar. Acordou às sete da manhã e tomou o trem das oito, que o levaria de volta para casa. Quando chegou, a casa já não era a mesma. Ele também não era. Foi preciso tirar os sapatos e pedir licença para entrar. Estava descalço quando viu Irene descer as escadas. Ela também não era a mesma. Os sapatos altos deixavam aquela mulher alta ainda mais distante dos pobres mortais que havitavam a terra de Benjamin. 'Benjamin!' - gargalhou Irene, arrancando os sapatos dos pés para, enfim, correr desesperadamente em busca de um tempo que não deveria ter ficado para trás. Depois que se abraçaram descomunalmente, feito criança que aperta bicho de estimação, olharam-se por horas e horas a fio, e no silencio de seus olhares, imaginavam segredos e simulavam perigos. Estavam cegos mais uma vez. O tempo era de temor. Tudo era impreciso. O amor estava vivo.

Sapateia, Ayrton!

DIA INTERNACIONAL DA MULHER: UMA HOMENAGEM ÀS NOSSAS BALOEIRAS!!

Lá vai ela
Lá vai a mulher subindo
A ponta do pé tocando ainda o chão
Já na imensidão
É lindo
Ela em plena mulher
Brilhando no poço de tempo que abriu-se
Ao rés de seu ser de mulher
Que se abriu
Sem ter que morrer
Todo homem viu

(Caetano Veloso)

quarta-feira, 3 de março de 2010

As borboletas do Coldplay

'Coldplay? Não quero saber, pago o que for preciso e vou sozinha se não tiver companhia. Fui!'. E foi com este pensamento que comprei meu ingresso para o show da banda inglesa que aconteceu ontem no estádio do Morumbi. Quando percebi, não estava só. No vazio daquela imensa multidão, que aglomerou cerca de 65 mil pessoas, uma inesperada chuva de borboletas me abraçava e fazia carinho na minha alma. Eu estava lá no alto...

terça-feira, 2 de março de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um prato de flores de uma tonelada

Nação Zumbi é uma coisa rara. A única banda que perdeu seu maior líder e ao invés de cair, só melhora o som que canta a revolução do mangue. Olha esta música que coisa mais linda do céu!

Prato de Flores



Agora guenta este soco no estômago! É foda demais...

Gabi, olha o pai do cara! Lindo de morrer.... (te amo, Tatazinha)

Loucos e Santos (homenagem aos amigos do balão)

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(Oscar Wilde)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Educação

Saí daquela sessão de cinema muito mais forte do que quando entrei. 'Nós somos o que fazemos', disse a protagonista de 'Educação' em determinado momento do filme. Tudo o que eu fiz na tarde de ontem foi sair mais cedo do trabalho para ir ao cinema. Eu sou aquilo que faço... No escuro do meu tempo, completamente só na sala 1 do Cine Bombril, as coisas vão ficando mais claras para mim. Com os olhos fixos na tela e a cuca mergulhada na história daquela menina audaz, enxergo um pouco mais sobre a minha alma. Meu nome não é Jenny, não sou uma inglesinha de 16 anos, não toco cello nem falo francês. Mas sei que somos o que fazemos.




E sei que para alcançar aquilo que escolhi fazer para 'fazer valer' a minha vida não há atalhos. E sabe de uma coisa? Tudo bem. É assim que alguém pode virar alguém de verdade, não é mesmo? Me vi sair daquela sessão, uma mulher de 27 anos, plenamente autônoma para seguir a trilha que fosse, desde que fosse de minha própria escolha. Olho para o chão e vejo que caminho com meus próprios pés. O presente está vivo. Enquanto caminho em direção ao estacionamento do Conjunto Nacional, a memória enaltece o passado que me educou. Nunca me esqueci daquilo que aprendi na rua: 'a escola da vida', como dizem por aí. Lembro dos mendigos com quem conversei, dos hippies com quem dividi cigarros, cervejas e histórias e que foram me assistir no teatro, conforme combinado na mesa do bar (coisa rara de se acontecer!), da família que morava na rua de quem me tornei amiga, do dia em que não os encontrei mais lá, daqueles que acudi por aí, por acaso, e, principalmente, dos outros tantos que deixei passar por mim sem fazer absolutamente nada para ajudar. Lembro de todos os porres que me fizeram esquecer o que fiz nas noites de tormenta, não lembro muito bem com quem estava quando não deveria estar, mas sei exatamente quem me puxou pelos braços quando chegava ao fundo do poço. As trepadas, os tropeços, os tragos... As tantas travessuras desmedidas que fizeram minha travessia... Sou aquilo que faço e também aquilo que fiz. Na minha memória está tudo aquilo que me fez. 'A escola não deve apenas nos ensinar, mas apontar o que é possível fazer com aquilo que nos ensina'. É o que Jenny diz à diretora de sua escola. Mas a verdade é que em algum momento sempre haverá algum professor que lhe abrirá janelas, portas, livros e caixinhas de música, ainda que a instituição em que lecione seja uma máquina bélica para enfrentar o vestibular. Não me esqueço destes professores incríveis que passaram pelo colégio e pela universidade que cursei. Enquanto faço a baliza para ir embora, que desta vez não esbarra no poste do estacionamento porque não estou embriagada como já estive outrora, nem penso em ligar o rádio. No silêncio da chuva que ainda cai sobre a cidade, penso na educação que recebi em meu núcleo famíliar. 'Quando chegar em casa e encontrar meus pais assistindo ao paredão do BBB, deitados na cama do quarto, vou gritar OBRIGADA! e fazer montinho neles!'. Sou aquilo que faço, que fiz e que fizeram por mim. Sou grata por enxergar o passado, por poder viver o presente e por não fazer a menor ideia do que acontecerá amanhã. 'Me sinto madura, sábia... jamais'.
Abaixo algumas frases ditas em casa, por ordem cronológica, todas são pilares da educação que recebi de meus pais:

'Ninguém é feio. Todo mundo tem algo de bonito. O cabelo da Priscila não é bonito? Então, diga isso a ela se um coleguinha disser que ela é feia. Porque ela é sua amiga e porque você acha o cabelo dela bonito'
'Não seja dedo-duro! É muito pior dedurar alguém do que fazer alguma coisa errada!'
'Compromisso é compromisso. Começou alguma atividade, vai levar a sério até o final!'
'O fato do garoto (meu namoradinho da praia, que era mais velho e estava sendo recriminado pelo meu pai - provavelmente porque eu tinha 13 e ele 17...) estar atrasado na escola não faz dele uma pessoa melhor ou pior. Ele é trabalhador. Trabalha num lava-rápido. E isso é muito digno para um garoto de 17 anos'
'Trate a moça da faxina com o mesmo respeito com que trata a diretora da escola. Elas poderiam ser sua mãe e por isso, você deve respeito a elas'
'Gentileza gera gentileza'
'Sobe agora, se olha no espelho e vê se se dá ao respeito!'
'Você vai terminar esta faculdade nem que seja por mim! Um dia vai me agradecer por isso'
'Nós te apoiamos'

Como é que era aquela dos Beatles, Dani???


- Oi George! O Ringo Star?


- Não... Ele foi Paul McCartney no correio.... Mas não deixou o John Lennon.....




A nova Bossa Nova

Olha o Tuba aí, gente....

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Guernica em 3D

Roteiro: Turma do Balão em 'A festa da boa vizinhança'


Pessoal,
Decorem suas falas através do video-roteiro. Assim que o Ayrton chegar a gente grava. (Cada um cuida da sua fantasia, beleza?)


A FESTA DA BOA VIZINHANÇA


Personagens (escalados por Danilo, por ordem de entrada):


Seu Madruga (Teta)

Chiquinha (Gabi)

Dona Florinda (Sandrinha)

Chaves (Giu)

Kiko (Danilo)

Seu Barriga/ Nhonho (Ayrton)

Prof. Girafales (Drika)

Godines (Pri)

Bruxa do 71/ Popis/ Patty (Kaká)


Video-roteiro - Parte 1



Este é a parte número 1. Tem mais 5 partes! Sigam os links! Vamos gravar? Diz que sim! Diz que sim! Sim Sim! Sim! S I M ?????????????????????????

Todo carnaval tem seu fim


Fazia três horas que eu estava pulando naquele bloquinho de Carnaval que partia de Ipanema à Copacabana. A Melissinha vermelha que vestia meus pés escondia o sangue que escorria das bolhas e coagulava feito confete grudado não se sabe se na pele do pé ou no plástico do sapato. 'Chegou a turma do funil, todo mundo bebe mas ninguém fica parado...' - cantava Durval, o japonês de cabelos cacheados e negros como os do vocalista da banda Chiclete com Banana. 'Mais uma cervejinha, Juju?'. 'Ôpa, Japônês!' Ala la ô, ô, ô... Mas que calor fazia naquela terça-feira! 40 graus na cabeça embebedada, ziriguidum, forrobodó, decadência bonita do samba. Na frente, um monobloco de chapadões. Ao lado, Durval ensopado saltitando toda a alegria da bala que tomou com groselha Milani. Atrás de mim, minha melhor amiga divide melzinho com pinga no saquinho plástico com o Zé Pequeno. 'Me dá um Mé!', Bibi gritava para os céus. E se molhava de rir com o cara da Cidade de Deus. Sentei e pensei: 'Ah, se Mumu da Mangueira estivesse aqui agora...' Descolei a Melissa do pé e levando-as nas mãos, fui dar um tapa na praia. Segui em frente, meio assim de viés, tirei o banza do bolso do mano que estava ao meu lado, acendi, puxei, prendi, passei. Quando vi, estava fumando com o próprio Zacarias. Sim. o Zaca: 'Ai Didi...', ele e aquela perucaça. Que miragem: Eu semi-nua, de chapéu branco, com os pés na areia, dançando com o Zacarias e me rindo feito Tião Macalé. Mais de mil palhaços passaram por aquele salão... E quando abri os olhos, acordei numa ressaca desgraçada, morrendo de sede, com a boca grudada. Já era quarta-feira e a cidade estava mais cinza do que nunca. Um brinde ao sonho de Carnaval e à agua benta que é a fonte da vida.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dali, Gala e Eluard: Liberdade Surrealista


Olha que história mais linda: Era uma vez um poeta chamado Paul Eluard, da escola surrealista, que era casado com uma russa chamada Gala (qualquer coisa 'ovsky') Eluard. Dalí tornou-se melhor amigo de Eluard mas apaixonou-se perdidamente pela maravilhosa Gala, que seria a eterna musa de suas obras de arte. Gala apaixona-se por Dali e deixa Eluard. Dali e Gala se casaram e viveram juntos até o último dia de suas vidas, muito embora Dalí teria vivido um amor platônico por Federico Garcia Lorca, que, segundo Dali, não se materializou porque dar o rabo doía muito). O que enalteço aqui é a figura de Eluard, que possuía a sabedoria rara de não julgar as coisas que dizem respeito ao amor. Defensor da liberdade, compreendia que o amor, quando acontece, 'não tem dono nem nunca terá, não tem governo nem nunca terá e que não tem juízo', como cantaria Chico Buarque mais tarde.

Se liga nos doidaços:
(acima, retrato de Gala Eluard Dali)
LIBERDADE

(Poema de Paul Eluard, traduzido por Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira)

Nos meus cadernos de escola
Nesta carteira nas árvores
Nas areias e na neve
Escrevo teu nome

Em toda página lida
Em toda página branca
Pedra sangue papel cinza
Escrevo teu nome

Nas imagens redouradas
Na armadura dos guerreiros
E na coroa dos reis
Escrevo teu nome

Nas jungles e no deserto
Nos ninhos e nas giestas
No céu da minha infância
Escrevo teu nome

Nas maravilhas das noites
No pão branco da alvorada
Nas estações enlaçadas
Escrevo teu nome

Nos meus farrapos de azul
No tanque sol que mofou
No lago lua vivendo
Escrevo teu nome

Nas campinas do horizonte
Nas asas dos passarinhos
E no moinho das sombras
Escrevo teu nome

Em cada sopro de aurora
Na água do mar nos navios
Na serrania demente
Escrevo teu nome

Até na espuma das nuvens
No suor das tempestades
Na chuva insípida e espessa
Escrevo teu nome

Nas formas resplandecentes
Nos sinos das sete cores
E na física verdade
Escrevo teu nome

Nas veredas acordadas
E nos caminhos abertos
Nas praças que regurgitam
Escrevo teu nome

Na lâmpada que se acende
Na lâmpada que se apaga
Em minhas casas reunidas
Escrevo teu nome

No fruto partido em dois
de meu espelho e meu quarto
Na cama concha vazia
Escrevo teu nome

Em meu cão guloso e meigo
Em suas orelhas fitas
Em sua pata canhestra
Escrevo teu nome

No trampolim desta porta
Nos objetos familiares
Na língua do fogo puro
Escrevo teu nome

Em toda carne possuída
Na fronte de meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo teu nome

Na vidraça das surpresas
Nos lábios que estão atentos
Bem acima do silêncio
Escrevo teu nome

Em meus refúgios destruídos
Em meus faróis desabados
Nas paredes do meu tédio
Escrevo teu nome

Na ausência sem mais desejos
Na solidão despojada
E nas escadas da morte
Escrevo teu nome

Na saúde recobrada
No perigo dissipado
Na esperança sem memórias
Escrevo teu nome

E ao poder de uma palavra
Recomeço minha vida
Nasci pra te conhecer
E te chamar : Liberdade

ATRÁS DA LINHA BRANCA.

Ae Galera do Baloon!!!! Recuperados do CarnaWoodstock 2010??? Todos já fora da enfermaria??

Sabadúncio passado dei uma passadela no MASP. Tá rolando umas exposições muito boas lá. Uma delas é sobre arte de rua. Outra sobre Romantismo (Ah, o amor!). E, por fim, uma exposição das obras de Marc Chagall (Gênio!)

Ao visitar a exposição sobre Romantismo, estou eu lá, degustando despretenciosa e calmamente o algodão doce que comprara de um carinha fantasiado do Tele-Tubbie amarelo, quando me deparo com uma obra "Dele". Sim, "Ele". SALVADOR DALI!!! Bem ALI, na minha frente.

Assim como o querido Hommer quando avista um balde de Duff's geladas e passa a ter devaneios surreais, subi na minha própria nuvem de algodão doce e fui flutuando (como Ben Hur na corrida de bigas) em direção ao mestre que dizia que seu bigode em formato de antena de TV CCE velha servia para reverberar as ondas positivas do universo. Será que ele colocava um bombril na ponta da bigoda pra melhorar o sinal??? Não importa. Só sei que fiquei babando como criança de colo com muita fome que avista a capa da Playboy da Mari Alexandre com as opulentas tetas de fora.

Ao saltar da minha nuvem de algodão doce em direção ao quadro, caí praticamente no colo de um segurança sinistro que de tão quadrado mais parecia uma miniatura do Masp, e que provavelmente deve pagar à prefeitura IPTU de seus ombros (porque Deus como eram grandes!!). O fato é que caí à frente da polêmica linha branca...

- Senhor. Pra trás da linha branca, por favor.
- Ok. desculpe. É que gosto muito do trabalho desse cara...
- Todos gostamos, senhor. Mas, ao menos no meu turno, gostamos sempre atrás da linha branca.

Mas por mais que eu tentasse, não conseguia ficar atrás da maldita linha branca. Era como se a cada detalhe encantador que descobria no desenho, a pirracenta linha desse um passo na minha direção, afastando-me do quadro. Nessa toada, fui testando o Jó existente dentro do brutamontes... Até que:

- Senhor, pela última vez, pra trás da linha branca!
- Ok!Ok! Já estou indo!!!
- SENHOR! LARGUE O QUADRO, SENHOR!!! OU MELHOR, COLOQUE ESSE QUADRO DE VOLTA NO LUGAR AGORA!!!!
Respondi com aquela calma que só o desespero do contraventor maluco traz: - Até colocaria de volta, mas estou proibido de avançar pela linha branca, lembra? Vou ter que levar essa belezinha comigo...

Perceber a hora de se calar é um dom. Certamente daqui não. Minha nuvem imaginária de algodão doce súbito amargou. Num átimo, os seguranças do MASP, bem calejados após o último furto, adquiriram a forma de um enorme elefante daliliano (aqueles com as pernas finas e estratosféricas) e galoparam comigo nas costas rumo à indesejada e prematura saída.

Fui gentilmente lançado de cara na avenida mais famosa da paulicéia desvairada, em cima das linhas brancas da travessia de pedestres. Pensei: "Que merda! Morri na contra-mão atrapalhando o sábado (e o trânsito).... Deus me pague".

Enquanto tentava me reerguer, ainda lânguido e com milhares de pedrinhas de asfalto grudadas na cara, um guarda da ARC, digo, da CET, se aproximou e disse com um ar deveras funesto:

- Senhor, o semáforo está prestes a abrir. A não ser que queira morrer atropelado, sugiro que vá pra trás da linha branca por favor....

FÉLA-DA-P....

A imagem que está exposta no MASP é bem parecida com esta que postei acima. Segue também um video impagável do Dali e a promessa de que não falo mais nele em 2010.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Brilha Muito

Brilha muito em Niterói. Pena ter que sair da praia agora porque o Zina De Niterói resolveu bater um papinho comigo. Vou fazer o que??? Topo... Vâmo cair pra dentro.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Carnavalzinho com Gabi: para matar a saudade...

Big Brother Balão 1

Em tempos de Big Brother Brasil, dá uma vontade de fazer reality show com a nossa própria bobajada.... Pelo menos para mim, que sou a taradona dos vídeos, né, gente?

Segue Big Brother Balão 1. Espiem à vontade.

Parabéns à San San

Ela fez aniversário em plena terra tequilamexicana, muy lejos de los compañeritos del Balão. Mas querida amiga foi saudada por todos:

Amora, querida amora
não há moral, nem amoral, nem imoral
para quem é feito de amor sem tempo nem hora
quem nasceu de amor só terá amor de volta
Volta logo ou morreremos de saudade
da fruta risoto de teu amor de amora...

Querida: Feliz aniversário. Seja você. Jamais se esqueça de você. É por você que vivemos e é você quem amamos.
Com muito carinho, da sua amiga que lhe deseja um feliz aniversário e um ano de reencontro e paz, Giu, a amora de pinga (votos em momento bebum)~
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De: turma-do-balao@googlegroups.com [mailto:turma-do-balao@googlegroups.com]
Em nome de San Bittencourt
Enviada em: sábado, 6 de fevereiro de 2010 14:01
Para: vida
Assunto: RE: Parabéns Amorinha!

Amorinha! sempre com palavras tao doces e que fazem sorrir meu coracao! amo voce. Obrigada pelo carinho, pela amizade. Vcs sao minha vida, minha historia. Logo estou de volta e vou querer comemorar com vcs, meus amores, minha familia escolhida. Conto com mais detalhes quando voltar, mas ontem fui jantar em um restaurante tipico com direito a mariachi, tequila e tudo. vcs vao adorar as fotos.. hehehehe foi bem divertido e cantaram para mim las mañanitas, que é o parabéns pra vc daqui. amo voces incondicionalmente. cada um com seu jeito, com seu sorriso, com sua historia. uns mais pertos, outros mais longe, enfim...
muitos beijos

com amor San

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From: Danilo Montoni
To: Turma do Balão
Subject: RES: Parabéns Amorinha!
Date: Tue, 9 Feb 2010 22:36:47 -0200

Parabéns San Sun!!!!!! Parabéns figurita MEXICANA. Espero que você volte com um belo Sombrero e um opulento bigodón de Mariachi!!!!! Segue um presentinho-brincadeira-musical. Simples, com certeza, mas feito a mão e a coração, pode confiar!!!! Um bj.


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Em 10 de fevereiro de 2010 03:39, San Bittencourt escreveu:

aaaaaaaaaa.
eu amei! e mais! to chegando com a tequila!
hehehehe
amo!

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Em 10 de fevereiro de 2010 10:35, Guilherme Tetamanti Jurado escreveu:

kkkkkkkkkkk, parabens Tunilo!!!
PARABEEEEENS Sannnnnn!!!
Bjosss
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Em 10 de fevereiro de 2010 03:39, Karine Canevari escreveu:
ADOREI Tunilo!!!!
San, parabéeeeeeens!! hahaha

Homenagem à Ayrton


Ayrton é o cordão. É o pai, o amigo, o parceiro, o irmão. Foi ele quem encontrou, escolheu e lapidou cada uma das pedrinhas de seu cordão, as quais chama carinhosamente de 'vida'. Recentemente realizou dois de seus sonhos. Disse a ele 'Parabéns pelas suas conquistas,querido!'.Ele olhou para mim, levantou o dedinho (daquele jeito que ele faz, sabe?) e disse "As 'nossas' conquistas. Eu não sou nada sem vocês'". A réplica se resume em uma palavra: IDEM.





Se Ayrton fosse uma canção eu acho que ele seria esta:

UMA NOITE SURREAL




John e Yoko? Que nada! A dupla mais hippie de todos os tempos é Taga e Taguinha. Nada como ser civilizado nesta vida... Estávamos eu e Dan Dan no boteco quando aparece Ivo. Acabamos a noite tomando cerveja todos juntos. E ainda apareceu o Vampeta (meu amigo de manicure e de bar) para fechar a noite surreal com chave de ouro. Dia seguinte, Taguinha me lança este rap:




O RAP DA NOITE SURREAL

História repassada

Amizade renovada

Ivo na parada

Pensei: xi, que roubada!

A encrenca tá armada

Vai rolar até chinelada

Mas o cara é camarada

E formamos a rapaziada

Fumando a camelada

De castigo na calçada

Vampeta na balada

Ri da bambizada

Do Robinho, a pedalada

No Romário, a alfinetada

Sua mina enciumada

Pensa: xi, vô dá é nada!

Taguinha inebriada

Dá a última talagada

Celebra a alvorada

Dorme com a bexiga inchada

E acorda toda mijada

Amanhecemos dando risada

Dessa vida louca e aventurada

Que perto de pessoa tão amada

Vale a pena ser tocada



Um bj, querida. Bom dia!



Ao mestre, com carinho:

http://www.youtube.com/watch?v=NnQFYfqzIT0

Homenagem a Danilo


Taguinha é tão doce, que deveria ser proibido para os que sofrem de diabetes. Acredita no amor. É artista grande e raro como Charlie Chaplin. Raro como Chaplin porque dar pontapé em traseiro de gambé parece tarefa fácil mas são poucos que o fazem com a maestria do grande palhaço. Raro como Chaplin porque tem a alma pura feito água que sai da fonte e porque carrega a doce sina de transformar dor em alegria. É o cara mais bonito que conheci na vida.




Se Danilo fosse uma música eu acho que ele seria esta:


Turma do Balão: uma celebração à vida

Obrigada pela amizade!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Travessia do Pingüim

Há poucos dias soube através de depoimento de Edu Lobo que, quando todos pensavam (inclusive ele, quando gravou com Tom) que 'Pra dizer adeus', de Torquato Neto era uma música de amor, descobriu-se mais tarde que tratava-se de um bilhete que dizia adeus para a vida. Foi a última letra que Torquato escreveu antes do suicidio. Há dias em que nada faz sentido, né? É como se lhe arrancassem o coração e no lugar, sobrasse só ar, um saco de supermercado vazio com uma uma porção de nada dentro. Em dias como estes, amigos surgem ao acaso. Um me ouviu como quem dá o colo e o outro me mandou tomar no cu: 'Não, você não! Olha a sorte que é ser você! Vire a página, não há nada a temer e seja você a responsável pela realização de sua felicidade!E lembre-se: eu estarei sempre aqui'

Me enviou este vídeo de presente:



Obrigada Ju. Obrigada Taguinha.